17.11.13

Clara dos Anjos - Lima Barreto (resenha)

Como última obra feita pelo escritor carioca Afonso Henriques de Lima Barreto (1881-1922), publicado depois de sua morte, Clara dos Anjos, traz uma denúncia áspera do preconceito racial e social, vivenciado por uma pobre mulata do subúrbio carioca.
O livro conta a estória de uma mulata que se apaixona por Cassi Jones, que enganava as mulheres com seu falso amor para conquistá-las. Suas “vítimas” eram sempre mulheres negras, pobres ou casadas, pois assim ele não seria obrigado a casar-se com elas já que sua mãe era extremamente preconceituosa e o protegia quando elas iam atrás dele.
Cassi Jones pertencia a uma posição melhor que Clara, e era considerado o desgosto da família, pois ele vivia enganando pobres mulheres e acabando na cadeia por isso, seu pai o reprimia, porém sua mãe sempre o ajudava a sair de suas confusões.
Já a Clara tinha dezessete anos, era ingênua e foi criada “com muito desvelo, recato e carinho; e, a não ser com a mãe ou pai, só saía com Dona Margarida, uma viúva muito séria, que morava nas vizinhanças e ensinava a Clara bordados e costuras.” 
Mas no final do romance o autor relata que ela, consciente e lúcida, reflete sobre sua situação: 
“O que era preciso, tanto a ela como às suas iguais, era educar o caráter, revestir-se de vontade, como possuía essa varonil Dona Margarida, para se defender de Cassi e semelhantes, e bater-se contra todos os que se opusessem, por este ou aquele modo, contra a elevação dela, social e moralmente. Nada a fazia inferior às outras, senão o conceito geral e a covardia com que elas o admitiam…”
“O verdadeiro estado amoroso supõe um estado de semiloucura correspondente, de obsessão, determinando uma desordem emocional que vai da mais intensa alegria até à mais cruciante dor, que dá entusiasmo e abatimento, que encoraja e entibia; que faz esperar e desesperar, isto tudo, quase a um tempo, sem que a causa mude de qualquer forma.”


Como última obra feita pelo escritor carioca Afonso Henriques de Lima Barreto (1881-1922), publicado depois de sua morte, Clara dos Anjos, traz uma denúncia áspera do preconceito racial e social, vivenciado por uma pobre mulata do subúrbio carioca.

O livro conta a estória de uma mulata que se apaixona por Cassi Jones, que enganava as mulheres com seu falso amor para conquistá-las. Suas “vítimas” eram sempre mulheres negras, pobres ou casadas, pois assim ele não seria obrigado a casar-se com elas já que sua mãe era extremamente preconceituosa e o protegia quando elas iam atrás dele.

Cassi Jones pertencia a uma posição melhor que Clara, e era considerado o desgosto da família, pois ele vivia enganando pobres mulheres e acabando na cadeia por isso, seu pai o reprimia, porém sua mãe sempre o ajudava a sair de suas confusões.

Já a Clara tinha dezessete anos, era ingênua e foi criada “com muito desvelo, recato e carinho; e, a não ser com a mãe ou pai, só saía com Dona Margarida, uma viúva muito séria, que morava nas vizinhanças e ensinava a Clara bordados e costuras.” 

Mas no final do romance o autor relata que ela, consciente e lúcida, reflete sobre sua situação: 

“O que era preciso, tanto a ela como às suas iguais, era educar o caráter, revestir-se de vontade, como possuía essa varonil Dona Margarida, para se defender de Cassi e semelhantes, e bater-se contra todos os que se opusessem, por este ou aquele modo, contra a elevação dela, social e moralmente. Nada a fazia inferior às outras, senão o conceito geral e a covardia com que elas o admitiam…”

“O verdadeiro estado amoroso supõe um estado de semiloucura correspondente, de obsessão, determinando uma desordem emocional que vai da mais intensa alegria até à mais cruciante dor, que dá entusiasmo e abatimento, que encoraja e entibia; que faz esperar e desesperar, isto tudo, quase a um tempo, sem que a causa mude de qualquer forma.”


Informações

Título: Clara dos anjos 
Autor: Lima Barreto
Editora: Ática
Páginas: 124

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